Nos estudos deste mês nos
aprofundamos nas biografias dos profetas maiores, entre elas a de Jeremias.
Entretanto, embora a história deste homem de Deus por si só seja apaixonante, não
desejamos destacar aqui a importância de suas muitas lágrimas ou da devoção que o faz ser para nós, um dos mais queridos profetas. A nossa ênfase aqui, vai especialmente para a
influência que o seu pai Hilquias exerce não somente sobre ele, mas também
sobre gerações posteriores.
Hilquias – Sumo sacerdote, vive quase
já no final da dinastia pré-exílica de Davi, mas entendo que o seu legado se perpetua através
das novas gerações que, conjecturo eu, são influenciadas pela grande experiência
que tem com o Deus de Israel e com Sua Palavra.
É assim que encontramos na Bíblia
um Hilquias reformando o templo e neste empreendimento, tendo encontrado o
“Livro da Lei”, lidera uma delegação enviada pelo ainda menino rei Josias à profetisa Hulda para “buscar ao Senhor”
a respeito daquela notável descoberta. (II Reis 22:4-14; I Crônicas 6.13; II Crônicas
34:9-22; 35:8).
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Crianças em EBF - IMW Morada do Contorno |
Podemos assim entender nitidamente
a influência de Hilquias sobre o Rei Josias, ainda mais se considerando que
este garoto ainda que sem bons exemplos dentro da família a serem seguidos (II
Rs. 21.19-26; II Cr. 33.21-25), mesmo assim, ainda com 8 anos de idade sob a
égide deste sumo sacerdote e de outros tutores que o acompanham, surpreendentemente,
começa a realizar grandes reformas no reino de Judá, como por exemplo:
Com 16 anos de idade ainda,
afirmam alguns estudiosos, Josias acaba
com o paganismo e todas as formas de sincretismo religioso, com 20 anos apenas,
elimina a profanação da terra e a purifica, destruindo os lugares altos, os
postes-ídolos e as imagens de esculturas, também ainda jovem profana os túmulos dos
sacerdotes idólatras, queimando os seus ossos sobre os altares pagãos e ainda restitui
a festa da páscoa que já não era mais celebrada.
Com relação ao menino Rei Josias
II Crônicas 34:1
Tinha Josias oito anos quando começou a reinar, e trinta e um
anos reinou em Jerusalém.
Assim sendo, ao estudarmos este tema, nos lembramos que não devemos deixar de ensinar nossas crianças no caminho em que devem andar e que às mesmas
devem ser-lhes inculcados os ensinamentos e princípios que lhes serão
grandiosos por toda a vida ( Provérbios 22:6; Deuteronômio 6:6-7). Ainda a respeito destes conceitos bíblicos em conformidade
com o tema aqui levantado, ainda que a Bíblia não afirme, posso supor também a respeito do filho de Hilquias – o ainda pequeno Jeremias: que
o mesmo tenha sido influenciado profundamente pelo seu pai, vindo a se tornar o
que já citamos ao seu respeito no início desta reflexão.
Com relação ao menino Profeta Jeremias
Jeremias 1:4-6
Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Antes que te formasse no ventre te conheci, e
antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.
Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei
falar; porque ainda sou um menino.
Não podemos então esquecer em relação a Jeremias, que
Deus o capacita na infância como também foi o caso do já citado Rei Josias e
assim sendo, lembro aqui que Deus não considera a nenhum dos dois, apesar de suas tenras idades, como
incapazes de responderem ao Seu chamado. O que ocorre é que na
verdade, Deus os conscientiza sobre uma missão a cumprir, não deixando,
entretanto de usar gente experiente para orientá-los, para serem os seus guias,
os seus aios, suas referências.
Em contra partida, nos tempos em que vivemos, vemos com certa
aflição o pensamento divergente imperante em relação aos conceitos
bíblicos. Parece-nos inclusive, ser consenso dos pensadores seculares da atualidade,
de que os menores sejam incapazes de responderem ativamente aos ideais que se
descortinam à sua frente, e que estejam desobrigados das responsabilidades perante o meio
social, sendo erroneamente blindados com relação as decisões que devem tomar e das
suas respectivas conseqüências.
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O menino Marcelo Pesseghini |
Quem, por exemplo, não ficou perplexo com o caso do menino
Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini? Quem, a principio não ficou inconformado com a forma com
que a perícia criminal deu andamento ao caso da família assassinada? Quem na menor das
hipóteses não relutou em crer que um menino como ele, pudesse cometer tal
barbaridade? Na realidade todos torcem
para que o desfecho desta história não seja o que tem se vislumbrado até aqui,
embora as evidências venham apontando para que o menino infelizmente seja o
assassino.
Não desejo aqui fazer afirmações levianas sobre a tragédia
ocorrida no seio da família Pesseghini e muito menos dissecar o tema da
responsabilidade destes e outros assassinatos envolvendo tantas crianças e
adolescentes ora como vítimas, mas inúmeras vezes como praticantes de crimes e que nos tem
deixado perplexos. Entretanto, me sinto no direito de atrever-me e perguntar: quem
são os responsáveis então pelas tragédias ocorridas evolvendo menores na
sociedade em que estamos vivendo? Se não são somente os menores, então quem deve
ser responsabilizado?
Não pretendemos aqui ficar execrando o posicionamento da psicologia social, da sociologia, do direito, da filosofia e de outros a respeito de tantos equívocos na atualidade referentes à formação e à influência sobre novas gerações. Desejamos, entretanto, ponderar ainda que com brevidade, a quem, ao nosso modo de ver, se pode atribuir alguma parcela de responsabilidade por tantas tragédias que temos testemunhado, envolvendo menores. Vejamos então:
Quantas crianças já não têm mais os seus pais, avós, como
referência, como provavelmente foi Hilquias para os menores Josias e Jeremias,
e isto porque os pais estão mais preocupados com seus status financeiros e com o bem
estar próprios. Infelizmente constatamos hoje que a família sofre uma radical influência
da filosofia humanista-existencialista e assim, os pais estão mais preocupados
com suas realizações e satisfações pessoais do que em ser referência de caráter para
formação das novas gerações.
- Os meios de comunicação social
A mídia, por sua vez, abraçada incondicional e gananciosamente ao capitalismo consumista,
sem nenhum temor das conseqüências trágicas que induzem e arrastam as novas
gerações, deformam suas opiniões em relação a conceitos e princípios cristãos saudáveis,
as expondo à todo tipo de imoralidade sexual em novelas, filmes eróticos ou pornográficos,
realitty shows, etc.; à violência em filmes com cenas de
assassinatos, estupros, e outros; e como se não bastasse nossas crianças e adolescentes passam
horas expostas à desenhos com conteúdos fantasmagóricos, com
mensagens subliminares declaradamente satanistas. Isto não se esquecendo de
mencionarmos vídeo-games, utilizados por
meninos como Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, com conteúdos extremamente induzíveis, levando os "sem referência", da fantasia do mundo virtual à prática do mundo
real.
Quanto ao governo, não pode ser isentado de sua responsabilidade com
relação às tragédias, pois como se não bastasse criar leis contrárias aos princípios
da moral e dos bons costumes, é conivente com a impunidade dos políticos que
são referência sim, porém negativas e pior de tudo criando paradigmas do tipo dos
tempos pós Moisés/Josué:
Juízes 21.25. “Naqueles
dias não havia rei sobre Israel; cada um fazia o que achava mais reto”. Enfim, vivemos em um tempo onde praticamente não se cultiva o cumprimento de regras e nem de padrões saudáveis de conduta. Isto sem entrar em
mais detalhes com relação ao parâmetro humano de justiça que é infelizmente degradado
por natureza e da negligência com a educação, de tal forma que, ainda que não possamos generalizar, nem professores, nem governantes, nem magistrados, podem ser referência
para crianças e adolescentes.
Isaías 64:6
Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniquidades nos levam para longe.
Deixamos por último, a parcela que a nós compete. Infelizmente,
não são poucos os menores da igreja que tem sido problema para sociedade e
quando feito uma análise mais apurada, são filhos cujos pais não os trazem aos
cultos, à Escola Bíblica Dominical e que não recebem a educação em casa, sendo expostos como qualquer menor não evangélico, à mídia deformadora. São crianças e adolescentes que são problemas na escola e no meio social de um modo geral, mal educados irreverentes. desrespeitadores, etc.
Sendo assim o exemplo de Hilquias não pode ser aplicado a
alguns em igrejas cristãs ou evangélicas, que até são membros
formais, mas que pelo fato da “luz dos seus exemplos” não resplandecerem, também não podem ser usados como referência
para as novas gerações
Mateus 5:16
Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus
Concluímos, então afirmando: como seria bom se levantasse
hoje uma geração de homens como o sumo sacerdote Hilquias, cujo nome significa, "A parte da minha herança é o Senhor", e que como líderes familiares, que como
pensadores e formadores de opinião pública, sob a direção da mais poderosa lei de todos os tempos – A Lei de Deus, viessem se tornar
referência para as novas gerações, fazendo esta influência positiva gerar
grandes homens para sociedade! Quiça até a segunda, terceira geração...! Somente assim,
diminuiriam o número das tragédias e aumentariam os feitos dos grandes e jovens
homens. Que o Senhor Deus esteja forjando uma geração assim!
Com relação ao bisneto do sumo sacerdote
Hilquias – o sacerdote Esdras
Esdras 7:1, 6a
E
passadas estas coisas no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de
Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias,.. Este Esdras subiu de babilônia;
e era escriba hábil na lei de Moisés, que o SENHOR Deus de Israel tinha dado;
e, segundo a mão do SENHOR seu Deus, que estava sobre ele...
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Adolescentes dançando em IMW em Morada do Contorno |
Abraços
Pr. Derciley