A proposta para
este trabalho é: depois de ter feito uma leitura do elucidativo texto do Dr. Tércio Machado
Siqueira que trata do tema Festas na
Bíblia, anotar os
principais pontos, extraindo do mesmo qual o conceito de
festa e de memória nas Escrituras Sagradas.
Pretendo, portanto, seguir estas etapas a seguir:
Os principais pontos que extraí do texto do ilustre
professor:
Antes de começar a elencar
os principais pontos do texto, é interessante afirmar que o conjunto de
informações é tão objetivamente construído, que acaba proporcionando alguma
dificuldade do leitor separar principais pontos, todavia, ainda sim, consigo
observar a ênfase que o autor dá aos seguintes:
a. O prazer que os
hebreus tinham em celebrar as suas festas, não havendo nenhuma relação desta
alegria na celebração com o fanatismo religioso.
b. O caráter
totalmente teocêntrico das festas, em decorrência de uma consciência de que o
Deus que formou a nação hebraica era o fundamento da mesma.
c. As festas
hebraicas, não tinham o mesmo caráter hedonista, de grande parte de nossas
festas atualmente, inclusive eclesiásticas, pois mesmo em momentos de
angústias, as festas hebraicas apontavam para os momentos redentores de Deus na
história da nação, alimentando assim, uma nova esperança para o futuro.
A partir destes pontos posso
observar que as festas dos hebreus, mais do que uma forma de celebração, foram
instituídas por Deus com propósitos didáticos de levar o povo a não se esquecer
da aliança com Ele, revelada no princípio aos seus patriarcas, sendo assim uma
forma de manter ativa a memória, ainda que em momentos de angústia:
“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”
Lamentações
3:21
Páscoa Judaica - Pessach |
Chama-me também a atenção, que
as festas de Israel são embadasas em princípios éticos, sobretudo, na questão
de relacionamentos com o próximo, principalmente com os desafortunados, os
excluídos, entre eles os estrangeiros, os órfãos as viúvas, e etc., sem excluir,
entretanto, o prazer na realização da festa:
Deuteronômio 16.10-11
“E celebrarás a Festa das Semanas ao SENHOR, teu Deus, com ofertas
voluntárias da tua mão, segundo
o SENHOR, teu Deus, te houver abençoado. 11
Alegrar-te-ás perante o SENHOR, teu
Deus, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro da tua cidade, e
o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão no meio de ti, no lugar que o
SENHOR, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome.”
Esta contundente constatação me leva a concluir que o
apostolo Paulo como um judeu, instruído aos pés de Gamaliel, se inspirou, a comemorar
as novas celebrações cristãs nas igrejas do mundo Greco-Romano, tendo em
essência os mesmos conceitos das festas hebraicas: ou seja, com ênfase na
ética, na dignidade dos relacionamentos e após a sua conversão, como memorial de uma nova aliança entre os
irmãos em Cristo Jesus, ao mesmo tempo reprimindo os conceitos de festa com
tendências hedonísticas comuns das filosofias de vida do mundo de então:
I Corìntios 11:20-34 “Quando,
pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis. 21 Porque, ao comerdes, cada um toma,
antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há
também quem se embriague. 22 Não tendes,
porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e
envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente,
não vos louvo. 23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o
Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24 e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto
é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. 25 Por semelhante modo, depois de haver ceado,
tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue;
fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. 26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão
e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. 27 Por isso, aquele que comer o pão ou beber o
cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e,
assim, coma do pão, e beba do cálice; 29
pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. 30 Eis a razão por que há entre vós muitos
fracos e doentes e não poucos que dormem. 31
Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. 32 Mas, quando julgados, somos disciplinados
pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. 33 Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis
para comer, esperai uns pelos outros. 34
Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo.
Quanto às demais coisas, eu as ordenarei quando for ter convosco.”
Pentecostes - Festa das colheitas |
d. É também muito
interessante a abordagem do Dr. Tércio Machado
Siqueira, sobre a não originalidade das festas hebraicas, não deixando,
entretanto, de serem passadas pelo crivo da sua religião, tendo como objetivos principais
o de ações de graça pelos benefícios de Deus e também como memorial perpétuo,
em detrimento total de um mero entretenimento.
Isto, a meu ver,
deve nos levar a uma importante reflexão, sobre o processo de secularização
dentro das igrejas cristãs, no mundo pós-moderno em que vivemos, no qual me
parece que temos seguido o caminho inverso em se tratando da questão
“influenciar – ser influenciado”.
Creio que outros pontos poderiam ser aqui
dissecados, entretanto, penso que não seja esta a proposta deste trabalho.
Seguirei então, para concluir, respondendo as duas questões citadas na
introdução deste trabalho.
Qual o conceito de festa na BÍBLIA.
Podemos, afirmar, em decorrência dos
pontos já aqui salientados que o conceito de festa na Bíblia, pelo menos
inicialmente, era de alegria e de gratidão ao Deus da aliança, levando os
hebreus a celebrações com propósitos memoriais. Entretanto, conforme a
monarquia foi constituída e o tempo passou, puderam-se observar, em função da
institucionalização das festas, propósitos estrategicamente relacionados à
monarquia podendo ser citado aqui, por exemplo, propósitos unificadores do
reino e de promoção da religião estatal, exemplos estes que em si, não eram
maléficos, mas que de qualquer forma, acabavam extrapolando ao real sentido da
realização destas festas. É interessante também lembrar a esta altura, alguns
tipos de festas que embora, não compunham as celebrações periódicas de Israel,
mas que acabam sendo um paradigma negativo ao culto de Javé, como foi o caso do
culto ao Bezerro de Ouro. A questão que desejo aqui ressaltar é que normalmente,
não se vê na Bíblia, qualquer tipo de celebração a Javé, que promova o
anarquismo, a imoralidade, enfim jamais se encontra nas Escrituras, uma relação
das festas hebraicas com atitudes hedonísticas.
Qual o conceito de memória na BÍBLIA.
Tabernaculos - Sucot |
As festas, portanto, tinham, entre outros propósitos,
memorizar os feitos de Deus através da história, e sua misericórdia àqueles que
Dele carecem. A Bíblia nos mostra que a memória era
importantíssima para os hebreus de forma que eles erigiam monumentos e
construíam até altares para preservar a lembrança de eventos ou de determinada
pessoa. Assim sendo, esquecer de alguém ou de um
feito memorável, seria uma atitude descabida, entretanto, existiam pessoas ou
feitos que deveriam ser esquecidos como foi o caso do Rei Jeorão, por exemplo.
(II Crônicas 21:20).
Festa do Purim Livramento Judaico nos dias de Ester |
Por fim, desejo afirmar que o legado que
os hebreus deixaram para aqueles que herdaram as suas tradições: foi entre
outras coisas, por exemplo: o de celebrar as suas festas tendo como objetivo: lembrar-se do Deus da aliança, não deixando
de se lembrar do próximo, entre os
quais, os desafortunados, os órfãos, as viúvas, os estrangeiros, enfim aqueles
que deveriam ser envolvidos pela abrangência do amor. Mas é importante não
esquecer que esta herança só se tornou plena de significado a partir da
releitura destas tradições, feita pelos profetas Isaias, Jeremias e posteriormente
por Jesus e os seus apóstolos. Em suma,
este foi o cerne das festas da Bíblia. Quando institucionalizadas, reduzidas a
atos de religiosidades perderam em essência o sentido memorial, mas quando
reinterpretadas em seu íntimo se tornaram um referencial perene de celebração.
Para encerrar, segue uma tabela com algumas festas bíblicas importantes para o povo de Israel em todos os tempos:
FESTAS
BÍBLICAS MOSAICAS
|
DATAS
|
Pessach (Páscoa)
|
15 de Nissan
|
Shavuot (Pentecostes)
|
6 de Sivan
|
Sucot (Tabernáculos)
|
15 de Tishrei
|
FESTAS
BÍBLICAS PÓS-MOSAICAS
|
DATAS
|
Chanucá (Restauração)
|
25 de Kislev
|
Purim
|
14 de Adar ou
Adar II
|
Trabalho que apresentei para o meu curso de Integralização de créditos de Teologia na UMESP
Abraços
Derciley Chaves
Bastos
O QUE PUDE COMPREENDER É QUE, AS FESTAS BÍBLICAS ERAM MARCO DE IMPORTANTES MOMENTOS., DE TRANSIÇÃO OU ACONTECIMENTOS DE VULTO NA VIDA DO INDIVÍDUO,
ResponderExcluirDE UMA COMUNIDADE OU DE UMA NAÇÃO. OS PRINCIPAIS PONTOS:
OS HEBREUS TINHAM PRAZER EM CELEBRAR AS SUAS FESTAS.
O OBJETIVO DAS FESTAS ERAM MOSTRAR DEUS COMO CENTRO DE TODAS AS COISAS.
AS FESTAS MOSTRAVAM NÃO SÓ MOMENTOS BONS MAS, A LEMBRANÇA DE PERÍODOS DIFÍCEIS.
AS FESTAS ERAM INSTITUÍDAS COMO ALIANÇA PARA O POVO SE LEMBRAR DE COISAS PASSADAS, E A INFINITA MISERICÓRDIA DE DEUS.
A Paz do Senhor professor Derciley.
ResponderExcluirEste texto serviu de grande aprendizado para mim, pois ao falar em festas nós pensamos em algo que nos agrada, ao qual nos divertimos e interagimos com outras pessoas, o connceito em que vivemos hoje é que este momento de festa primeiramente tem que agradar a nós, no entanto ao ler o texto pude ver o grande exenplo das festas hebraicas, pois as mesmas apontavam primeiramente para Deus, para a esperança do futuro,mesmo que estivessem em momentos de tristeza ou angústia eles se voltavam ao únicop merecedor.
Outro exemplo foi do apóstolo Paulo, um Judeu que se voltou para o mesmo conceito ao qual os hebreus tinham sobre festas bíblicas, seu memorial para festejar era em uma nova aliança entre o irmãos,ou seja, eles selebravam a Deus e agradeciam por tudo que Ele já havia feito e ainda faria pelo povo.
Os hebreus deixaram para nós um grande exemplo de festejar e celebrar o Deus da aliança e sempre recordando do seu próximo.
Posso concluir que infelizmente esta celebração não tem ocorrido nos dias de hoje, não com a mesma intensidade ao qual os hebreus celebravam, é um texto que realmente serve de exemplo e porque não de um manual para o crente, para que possam celebrar ao nosso Deus da forma que lhe agrada.
Gostaria também de parabenizar o professor Derciley pelo blog, e que o mesmo possa continuar sendo benção em nossas vidas.
Wilsilênia Muniz
A Paz do Senhor,
ResponderExcluirPodemos perceber que hoje em nosso meio este sentindo de festa esta se apagando, a ceia do Senhor para muitos é uma celebração qualquer, não se vê mais reverência, ela em alguns é realizade de qualquer maneira.
Mas sabemos que esta festa para nós cristãos é a maior de todas as festas.No passado estas celebrações serviam para o povo agradecer ao Senhor pelos benefícios, mas alguns preferiam adorar e festejar outros deuses e foram repreendidos por Deus.Estas festas nos traz a memória os grandes feitos do nosso Deus e serve de exemplo para os servos deste século.
Jurema Pereira
Monique Gomes
ResponderExcluirA Paz do Senhor professor Derciley
Existem vários tipos de festas bíblicas, mas existe uma que me chamou e sempre irá me chamar a atenção que é a Santa Ceia.
Vivemos em um tempo onde as pessoas ceiam como se fosse uma mesmice e se esquecem verdadeiramente do seu significado.
A ceia é uma expressão concreta do amor de Deus e um momento mais importante do culto pois é um memorial da morte de Jesus, um momento em que paramos para reconsiderar o que Jesus fez por nós e confirmar o nosso compromisso com Ele.