sábado, 21 de fevereiro de 2015

Erigindo e restaurando a prática de fazer altares para Deus

 Gênesis 12:7-8
 E apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei esta terra. E EDIFICOU ALI UM ALTAR AO SENHOR, que lhe aparecera. E moveu-se dali para a montanha do lado oriental de Betel, e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; E EDIFICOU ALI UM ALTAR AO SENHOR, e invocou o nome do Senhor.
Embora alguns homens tenham ficado conhecidos por belos adjetivos na Bíblia ( Enoque, o homem que andou com Deus, Noé o homem integro que achou graça diante de Deus, Davi, o homem segundo o coração de Deus, Daniel, o homem mui amado), ninguém recebeu um título tão desejado como Abraão:
Tiago 2:23  ... e foi chamado O AMIGO DE DEUS.     
 Abraão é um homem na Bíblia que me inspira, pois sou instado pela palavra do meu Senhor Jesus a  viver a mesma experiência que este homem viveu:
João 15:14 Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 
Entendo que, na prática de edificação de altares, Abraão procurava expressar a sua amizade para com Deus, demonstrando-lhe assim, afeição, reconhecimento de seu favor e devotando-lhe respeito.
Desejo assim destacar a particularidade de três momentos em que Abraão erigiu altares para Deus:
Amizade - o sentimento mais nobre existente entre pessoas
I. Um altar para selar o início da sua relação de amizade:  Gênesis 12:7-8
Abraão respondeu a apresentação de Deus, que lhe fez promessas, erigindo por duas vezes altares e não vejo outra intenção que não fosse de reconhecimento do favor do Novo Amigo,  demonstrando-lhe amizade, desejando se aproximar.

Em outro momento erigiu o seguinte altar:

II. Um altar para reconhecer a prioridade de Deus na sua amizade:
Gênesis 13:18 E Abrão mudou as suas tendas, e foi, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao Senhor. 
Este versículo está no contexto do final da trajetória de Harã até Canaã, na qual ocorreu a separação entre Abraão e o seu presumível herdeiro sobrinho e inseparável amigo Ló. 

Quero entender que, embora tenha sido frustrante esta separação, ainda sim, o amigo de Deus, teve que entender que chegam momentos que temos que romper com pessoas, coisas, circunstâncias ou vínculos com o passado que acabam minando a prioridade na nossa relação com o Deus que, por sua vez, reclama esta prioridade de intimidade com Ele.
Desta forma, Abraão ao restaurar a prática da edificação de um altar, um tempo depois das primeiras edificações citadas acima, reconheceu a prioridade de “Seu Amigo Deus”, também, por assim dizer, cortando finalmente uma espécie de cordão umbilical emocional, com o seu passado, internalizada na amizade com Ló.  
Tiago 4:5
Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?

Podemos, a julgar pelo contexto, inferir que no caso da amizade entre Abarão e Ló, Deus não determinou rompimento, mas sim prioridade na amizade, não podendo esquecer, entretanto, que existem amizades cujos rompimentos são exigidos por um Deus transcendente sim, mas que misteriosamente busca criar laços de amizade. Vejamos ainda o que diz o mesmo Tiago citado anteriormente:
Tiago 4:4
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
  
Seguindo então em frente, conjecturo que depois de muitos tempos (Leia Gênesis 21:34 e 22:1), Abraão teve que restaurar a sua prática de erigir altares e entendo, que desta última vez, a princípio, não o fez por ato espontâneo mas por ordem expressa de Deus, atitude esta que lhe requereu obediência, renúncia e fé.  Mas porque Deus lhe exigiu um altar? Vejamos:

III. Um altar para reconhecer a preeminência de um Deus buscando a reconquista da amizade:
Entendo que, como no caso ocorrido no Monte Moriá, existem altares que devem antecipar a provisão de Deus, devem antecipar o entendimento de quem se dizia amigo de Deus e que até imperceptivelmente com o passar dos tempos, acaba trocando o Deus da provisão, pela provisão de Deus. 

Neste caso da renovação da prática de erigir um altar por parte de Abraão, isto gerou renúncia, precisou de fé e fé em todos os casos sempre será confiar no caráter do Amigo supremo, que no caso em questão, não queria especificamente o Isaque de Abraão e sim o Abraão Dele – um amigo do qual nunca abriu mão. 

O cordeiro substituto - símbolo de Cristo que foi sacrificado
para reconquistar a nossa amizade com Deus

precisando para isto, de uma restauração do altar do sacrifício.
Assim sendo para reavivar uma amizade que perde o brilho, Deus leva o seu amigo ao altar do sacrifício para depois prover o cordeiro, que acaba levando a uma nova restauração do altar da amizade, da alegria, de uma aliança que jamais será quebrada entre um  Deus amigo do homem e de um homem cujo próprio coração deve ser o mais desejado altar de Deus.   

Deixo para encerrar as palavras do Apóstolo Paulo aos Romanos  12:1-2
 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

Fui convidado a entregar uma mensagem na vigília de algumas igrejas Metodistas Wesleyanas em 17 de fevereiro de 2015 e confesso que, para mim tenha sido desafiador, pois ocorreria na oportunidade além de três mensagens com subtemas correlacionados (Os pregadores deveriam falar sobre o altar inspirado na vida de Abraão), e também com um tempo limitado de 30 minutos. 
Na realidade, tenho que reconhecer aqui que a minha paixão seja pela comunicação escrita e não pela verbal, embora admita o meu esforço para aprimorar-me nesta forma de comunicar. 
Assim sendo, afirmo que o que me instiga e ao mesmo tempo me consola, entre outras coisas por exemplo: é que tenho informação de que embora Carlos Drumond de Andrande tenha sido um dos mais notáveis escritores do Brasil, não aceitava o desafio da comunicação verbal em decorrência do seu temperamento introvertido. 
Ouso ainda em afirmar que, pelo que consta, os maiores escritores tanto do Novo quanto do Antigo Testamento tenham sido relativamente limitados na comunicação verbal (?), pois me parece que foi assim que estes escritores sagrados se definiram como oradores:
Moisés
Êxodo 4:10    Então disse Moisés ao Senhor: Ah, meu Senhor! eu não sou homem eloquente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua. 
Paulo:
2 Coríntios 10:10 Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra desprezível.
Pois bem, foi desejando não deixar perder em essência a meditação que fiz sobre este tema, a qual seria impossível  dissecar em apenas 30 minutos, que escrevi este texto e que ora aqui disponibilizo.
Abraços!

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